sábado, 30 de janeiro de 2010

Quem é e o que faz o camerlengo
Antes é preciso dizer que se trata de um Cardeal, ou melhor, um auxiliar próximo do Papa. Os Cardeais são altos dignatários da igreja e, embora nada impeça que um simples padre seja elevado á condição de cardeal, eles são escolhidos entre os bispos das inúmeras dioceses do mundo. O Cardeal é uma escolha privativa do papa e supõe um cargo de alta confiança. Eles se agrupam no chamado Colégio dos Cardeais e são também chamados de purpurados, pela cor vermelha de suas vestimentas. O colégio de cardeais é que escolhe o Papa, e se trata de uma função intransferível. Eles administram Roma e outras dioceses. Existem três ordens de cardeais: cardeais-bispos, cardeais-presbíteros e cardeais-diáconos. Eles são considerados, na diplomacia, “príncipes da Igreja”. A etimologia do termo cardeal encontra-se no latim: cardo-cardinis, o que significa em português gonzo ou eixo, algo que gira, neste caso em torno do papa.
O camerlengo é, pois, um cardeal. A ele cabe dirigir a Igreja no período, geralmente muito curto, entre a morte do papa e a eleição de um novo pontífice. Suas funções mais importantes e privativas são a de constatar e divulgar a morte do papa e, em seguida, organizar os funerais e o conclave, ou seja, a escolha de um novo pontífice através da reunião fechada do colégio de cardeais. Os cardeais residentes em todo o mundo são chamados urgentemente a Roma, para a votação de escolha do novo papa. Ao camerlengo cabe ainda a responsabilidade sobre as finanças da Santa Sé, o que inclui as receitas e o patrimônio de São Pedro. A palavra deriva do latim medieval—camarlingus, que significa adido á câmara, que no sentido mais amplo é o homem de confiança, o mordomo que tudo providencia. O camerlengo substituiu o arquidiácono apartir de 1073, quando o último arquidiácono, Hildebrando, eleito papa, suprimiu aquele título e o substituiu pelo de camerarius ou camerlengo.
Pelo ritual da Igreja, o camerlengo constata a morte do papa batendo gentilmente na cabeça do pontífice com um martelo de prata e chamando seu nome. A seguir, ele retira a Anel do Pescador do dedo do pontífice e destrói, o que também faz com a face do selo do papa. Este ato simboliza o fim da autoridade do último papa.